A pandemia do novo coronavírus provocou muitos efeitos no meio ambiente. Ao mesmo tempo em que as necessárias medidas de isolamento social contribuíram para que o ar ficasse mais limpo em algumas cidades e diminuísse a poluição de rios e canais, a restrição de serviços e circulação de pessoas pode fazer com que o desmatamento no Brasil aumente. Saiba mais sobre esta previsão neste conteúdo da AmbScience.
Uma reportagem publicada pelo portal Uol divulgou um estudo feito pela consultoria Eurasia prevê uma aceleração do desmatamento na Amazônia. De acordo com a matéria, foi registrado um aumento de 51% no número de alertas de desmatamento emitidos pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em relação ao ano passado. O documento destaca que este é o nível mais alto de desmatamento no Brasil, mais especificamente na Amazônia, desde o início da série em 2016.
A consultoria Eurasia elencou quatro fatores principais que explicam este aumento do desmatamento no Brasil. São eles:
Há ainda um outro elemento que irá impactar diretamente os índices de desmatamento no Brasil: a Medida Provisória 910/2019. A MP está atualmente em tramitação no Congresso Nacional e está sendo duramente criticada por ambientalistas e instituições que atuam em prol da preservação dos recursos naturais. Os críticos a chamam de “MP da Grilagem” porque a medida permitiria a legalização de ocupações em terras públicas e contribuiria para aumentar o desmatamento. De acordo com a MP, terras públicas desmatadas com até 2,5 mil hectares (o equivalente a 2,5 mil campos de futebol) se tornariam propriedade de quem as ocupou irregularmente, desde que se cumpram alguns requisitos, como é apontado em matéria do G1.
A MP 910 foca nas terras públicas não destinadas, áreas que pertencem à União mas ainda não tiveram uma função definida. A medida abrange todo o Brasil, mas terá um impacto maior na Amazônia Legal, região que engloba nove Estados onde há vegetação amazônica e que concentra as terras públicas não designadas no país.