Remediação Ambiental de Áreas Contaminadas – Parte II
Dando sequência à apresentação das principais técnicas de remediação existentes no mercado, nesse post abordaremos as remediações químicas, físico-químicas e biológicas.
Técnicas Químicas: Barreiras Reativas, Redução Química In Situ (ISCR), Oxidação Química In Situ (ISCO), e Ozônio Sparging.
Barreiras Reativas: Consistem na criação de uma barreira física a jusante (após, seguindo o sentido de fluxo) da pluma de contaminação, que tem como objetivo “filtrar” os contaminantes que atravessam a mesma e promovem o tratamento por meio de reações químicas e/ou biológicas. O material reativo permeável é inserido no aquífero de modo que a água subterrânea entre em contato com este material ao longo de seu fluxo (no caminho seguido pela pluma de contaminação), promovendo as reações necessárias à degradação e quebra de contaminantes.
ISCR: Combina a atuação de fonte de carbono com ferro zero valente (ZVI), que juntos proporcionam um ambiente extremamente redutor, que acelera a degradação dos contaminantes. Essa tecnologia propicia degradação rápida de compostos organoclorados, pesticidas, herbicidas e até mesmo explosivos. O princípio de reação desta técnica também é utilizado na estabilização de metais pesados, como chumbo, prata e zinco.
ISCO: Uma das técnicas mais inovadoras e emergentes para remediação de áreas contaminadas, que utiliza compostos químicos altamente oxidantes, como Peróxido de Hidrogênio, Permanganato de Potássio, Persulfato de Sódio ou Ozônio. A sua aplicação no solo e água subterrânea promovem reações químicas de oxirredução dos compostos orgânicos, gerando como principais produtos finais: água, gás carbônico e sais não tóxicos.
Ozônio Sparging: É uma tecnologia onde é aplicado o gás ozônio (O3) na água subterrânea para a oxidação de compostos como BTXE, MTBE, TPH, Clorados e Pesticidas. O O3 tem sua propagação facilitada através do meio poroso, quando comparado com outros oxidantes líquidos, que apresentam maior viscosidade e coeficiente de atrito. Todavia, esta técnica não se aplica à contaminantes retidos no solo.
Técnicas Físico-Químicas: Soil Washing, Soil Flushing.
Soil Washing: Processo no qual o solo contaminado é escavado, removido do local original (pode ser levado para fora do empreendimento ou ser tratado on site), tratado fisicamente na superfície e misturado com aditivos preparados para remover os contaminantes, com o objetivo de retornar o próprio solo anteriormente contaminado à vala escavada.
Soil Flushing: Tecnologia inovadora de remediação que consiste em produzir um fluxo de uma solução de lavagem no subsolo, a qual move os contaminantes para determinada área, onde serão removidos. A solução de lavagem é determinada de acordo com as especificações químicas e/ou físicas de cada contaminante.
Técnicas Biológicas: Biorremediação, Atenuação Natural.
Biorremediação: Consiste no uso de microrganismos, como bactérias, fungos e leveduras existentes no próprio solo, para degradar substâncias nocivas ao meio ambiente, transformando-as em substâncias com pouca ou nenhuma toxicidade, principalmente dióxido de carbono e água. O tratamento pode ser aplicado in situ (através da adição de nutrientes no meio) ou ex situ, em locais específicos para este tipo de tratamento. Cabe salientar que a legislação brasileira proíbe a inserção de microrganismos no meio, desta forma, a biorremediação busca oferecer nutrientes e estímulos ao crescimento dos organismos já previamente presentes no meio.
Atenuação Natural Monitorada: tecnologia para recuperação de áreas contaminadas, também conhecida como remediação passiva ou intrínseca, e se refere aos processos físicos, químicos e biológicos que, em condições favoráveis, agem sem a intervenção humana, reduzindo a massa, a toxicidade, a mobilidade, o volume ou a concentração dos contaminantes no solo ou na água subterrânea. Neste caso, de forma geral, faz-se necessário o monitoramento de ampla gama de parâmetros, a fim de assegurar que processos de degradação estejam realmente ocorrendo no local.
A Ambscience possui equipe com ampla expertise em projetos de remediação desde os mais simples até aos mais complexos contaminantes, com o objetivo de atingir as metas de remediação
Na próxima semana, traremos como principal tema as investigações de alta resolução.