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Investigação de Alta Resolução – O que é e quais as técnicas mais utilizadas

Conforme comentado em nosso post anterior sobre Modelo Conceitual, mostra-se cada vez mais clara e importante a necessidade de investigações minuciosas, em níveis centimétricos, que reflitam com mais precisão as zonas de fluxo e armazenamento de contaminantes, assim como a magnitude destes, contribuindo para ações de remediação mais precisas e certeiras e, consequentemente, mais eficazes e com custos reduzidos, ainda que os valores pagos inicialmente pela investigação em alta resolução possam não parecer tão vantajosos. Segundo estudos recentes, o investimento na etapa de investigação gera uma economia de recursos futuros na ordem de 80 a 90%, além de dirimir os retrabalhos e o tempo de remediação, mostrando o quão importante é essa ferramenta.

Para que seja possível a compreensão das heterogeneidades do meio físico e quantificação de contaminações de forma refinada, com possibilidade de tomada de decisão em campo, há uma série de equipamentos e tecnologias disponíveis atualmente no mercado brasileiro que trabalham com alta resolução. Os tópicos a seguir apresentam de forma breve algumas das técnicas mais disseminadas e seus principais propósitos e limitações:

X-Ray Fluorescence (XRF): por meio do “bombardeio” de materiais por raios-X ou raios gama, é possível determinar, pela quantificação da excitação das moléculas, os elementos metálicos que compõem certo material. A utilização do XRF permite o mapeamento em tempo real de impactos por elementos metálicos (p.e. chumbo), direcionando ações de investigação e eventuais atividades que envolvam a escavação, remoção e destinação destes materiais. Como principais limitações, o XRF apresenta necessidade de amplo cuidado em sua manipulação, em função da emissão de raios potencialmente danosos, quanto pela necessidade de calibração em campo, que pode se mostrar limitante à sua operação.

Piezocone de Resistividade (RCPTu): tem como função básica fornecer dados hidrogeológicos a cada 2 centímetros, com sensores capazes de determinar parâmetros que permitem estabelecer dados geotécnicos com grande precisão além de determinar as diferenças de condutividade hidráulica ao longo de todo perfil da sondagem. O equipamento possui a facilidade de fornecer dados sem a necessidade de cabos, todavia, em função da necessidade de cravação da haste via pressão hidráulica, a velocidade constante, não apresenta o mesmo poder de cravação de ferramentas percussivas e pode não conseguir penetrar ou ultrapassar litologias com alta presença de cascalhos ou muito compactas; ainda, a presença de contaminantes com viscosidade muito diferente em relação à água pode interferir nos resultados.

Membrane Interface Probe (MIP): sua função principal é a de quantificar solventes clorados e outros compostos orgânicos voláteis (VOC) em zonas não saturadas (“solo seco”) e saturadas (solo com água). Alguns equipamentos possuem a ferramenta “HPT” (Hydraulic Profiling Tool) acoplada que permite a medição da condutividade hidráulica a medida que se avança o furo de sondagem permitindo a coleta de dados integrados para refinamento do modelo hidrogeológico da área. Como desvantagens, esta ferramenta possui limitações no avanço em solos compactos ou com presença de cascalhos/pedregulhos, além da necessidade de cabeamento ao longo de toda a sondagem para condução de gases de arraste.

Laser-Induced Fluorescence (LIF): a tecnologia mais conhecida é a Ultra Violet Optical Screening Tool (UVOST) que permite detectar e identificar a contaminação causada por hidrocarbonetos de petróleo, como diesel, querosene e gasolina (LNAPL), bem como alcatrão, creosoto (DNAPL) e outros em zonas não não saturadas e saturadas. A principal limitação da ferramenta consiste na identificação imprecisa destes compostos em fase dissolvida.

É importante ressaltar que embora as ferramentas apresentadas tenham grande potencial para sustentar o refinamento do Modelo Conceitual da área, as mesmas precisam ser aplicadas com base em estudos prévios consistentes tais como a etapa de Avaliação Preliminar e levantamento das áreas fontes, prescindindo de profissionais técnicos capazes de interpretar de forma consistente os dados gerados. Adicionalmente, é importante que os trabalhos sejam acompanhados pelo gestor do caso/projeto para que as decisões sejam tomadas em campo e de maneira embasada, permitindo o correto direcionamento das ações e otimização das atividades.

A AmbScience possui equipe qualificada para uso dessas técnicas de investigação. Consulte-nos!

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