Aterro sanitário: é rentável?

O descarte de resíduos no aterro sanitário é a solução ideal para destinação do lixo urbano que não pode ser reciclado. Mas para que não sejam causados danos ao meio ambiente e nem à saúde da população, a construção de um aterro sanitário deve obedecer determinados critérios. Conheça algumas etapas que são essenciais nesse projeto e saiba se ele é rentável nesse conteúdo da AmbScience.

O que é um aterro sanitário

O aterro sanitário é o local para onde são destinados os resíduos sólidos advindos de residências, indústrias, construções, etc. em tese, deveriam ser enviados a um aterro, somente aqueles resíduos que já não possuam outras formas de tratamento (como reaproveitamento ou reciclagem, por exemplo) Quando depositado em um aterro sanitário, o lixo é tratado para que o chorume e o biogás que produz não sejam fontes de contaminação, sendo corretamente tratados. Por isso, esse aterro deve ter uma estrutura adequada que impeça que os poluentes entrem em contato com a natureza.

E como selecionar o lugar ideal para a construção de um aterro sanitário? Essa é uma das principais questões. Isso porque o lugar escolhido deve ter pouca densidade populacional no seu entorno, estar longe de corpos d’água, ter baixo potencial de contaminação de águas subterrâneas, entre outras características. Antes de começar, ainda é primordial apresentar um estudo de impacto ambiental e obter as licenças necessárias.

Como é a estrutura de um aterro sanitário eficiente?

Um aterro sanitário que funciona de maneira ambientalmente correta deve apresentar uma estrutura robusta que contemple sistemas de drenagem de chorume, monitoramento, drenagem e coleta de biogás e drenagem de águas pluviais, por exemplo. A base do aterro ainda deve estar em cima de camada impermeável de polietileno de alta densidade (PEAD), em cima de uma camada de solo compactado para evitar o vazamento de líquidos. O número de camadas e compactação dependerão também do tipo de resíduo que aquele aterro receberá.

O funcionamento de um aterro sanitário deve seguir uma normatização e legislação específicas. Entre as normas estabelecidas pela ABNT NBR 13896/1997 está a recomendação de que o aterro tenha uma vida útil de 10 anos e que o seu monitoramento se estenda por igual período após o seu fechamento. Já a A Lei 11.107/2005 e a Resolução 404/2008 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) definem critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental do aterro sanitário.

Será que o aterro sanitário no Brasil é algo rentável?

A resposta é sim, ainda mais tendo em vista o longo caminho que o país tem a percorrer quando o assunto é destinação correta de resíduos sólidos. Embora o Brasil seja o quarto maior produtor de lixo no mundo, 60% das cidades do país ainda utilizam lixões. Uma reportagem do jornal Correio Braziliense apontou que mais de 80% dos resíduos gerados nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste vão para lixões. Já no Sudeste esse número é de 40%. Os melhores índices são apresentados pela região Sul, onde 80% dos resíduos são destinados para aterros sanitários. 

E quanto à rentabilidade de um aterro sanitário? O investimento para construção de um aterro sanitário de pequeno porte, que tem capacidade para receber cerca de 10 toneladas de lixo por dia, gira em torno de R$5 milhões. Essa é uma quantia relativamente baixa. Além disso, do lixo podem vir lucro e energia. Você sabia que a maior termelétrica do Rio de Janeiro transforma o gás produzido pelo lixo de aterros sanitários em energia elétrica? São Paulo também se destaca. 

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