O alto número de mortos em decorrência da pandemia do novo coronavírus trouxe muita tristeza a milhares de famílias e também está provocando impactos no meio ambiente. Isso acontece por causa do necrochorume, um vilão para os ecossistemas naturais. Saiba o que é essa substância e como ela afeta negativamente o meio ambiente nesse conteúdo da AmbScience.
Em meados de maio de 2021, o número de óbitos ocasionados pela Covid-19 no Brasil ultrapassou 450 mil. O alto índice de contaminados e de mortes contribui para o colapso do sistema de saúde e o funerário também. Tantas mortes e enterros causam uma maior produção de necrochorume, que vem a ser o líquido resultante da decomposição de cadáveres.
O necrochorume é um líquido viscoso de cor castanho-acinzentada que é formado por sais minerais, água, substâncias orgânicas degradáveis, quantidades elevadas de vírus e bactérias, além de outros patógenos. Ou seja, o necrochorume “carrega” microorganismos patogênicos que representam risco de transmissão de doenças.
As muitas mortes causadas pela Covid-19 em um curto espaço de tempo fizeram com que os cemitérios tivessem que aumentar rapidamente a sua capacidade para enterrar os corpos. No entanto, esses enterros em massa são uma enorme ameaça aos solos e lençóis freáticos. Isso acontece porque quando o necrochorume se infiltra nos terrenos dos cemitérios e atinge os lençóis freáticos, as águas subterrâneas se tornam fontes de contaminação para a população da região.
Há ainda a chance das águas subterrâneas contaminadas pelo necrochorume fluírem para fora do território onde está localizado do cemitério e serem captadas por meio de poços pelas pessoas que ali perto residem. A ingestão de água contaminada por necrochorume pode causar doenças como febre tifóide, hepatite A, tuberculose, entre outras.
No Brasil, o Conselho Nacional de Meio Ambiente possui resolução específica que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. Entre as principais diretrizes da legislação que rege o funcionamento dos cemitérios está a proteção das águas subterrâneas para evitar a infiltração do necrochorume e a realização de uma análise criteriosa do local onde o cemitério será instalado, por exemplo. Órgãos estaduais, como a CETESB em São Paulo, também possuem diretrizes específicas para o licenciamento de cemitérios.
Existem métodos para fazer o tratamento do necrochorume nos cemitérios. Alguns deles são: filtros biológicos, pastilhas e mantas absorventes. Todos eles só são possíveis de serem realizados se o cemitério contar com uma estrutura ecologicamente correta e seguir todas as regras do Conama e/ou de demais legislações específicas estaduais.
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