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Tratamento de esgoto

Tratamento de esgoto: protocolos e desafios

A transformação do modelo de desenvolvimento dos países para que eles se tornem mais sustentáveis depende de uma mudança profunda e estrutural das nações ao redor do mundo. Dentro deste contexto, destaca-se neste cenário uma medida que impacta não só o meio ambiente como também a saúde da população: o tratamento de esgoto. Leia este artigo da AmbScience e conheça os principais desafios e protocolos quando o assunto é universalizar este serviço tão fundamental.

O tratamento de esgoto doméstico e de esgoto industrial é um item de extrema importância para o progresso de um país. O lançamento de dejetos não tratados na natureza contamina rios, mares, baías e represas, por exemplo. Como consequência desta contaminação, a fauna local é gravemente afetada e a população que entra em contato com este esgoto pode adquirir diversas doenças como leptospirose, cólera e esquistossomose.

No entanto, mesmo com todos estes efeitos negativos causados pela ausência de tratamento de esgoto, o Brasil caminha em marcha lenta neste sentido. De acordo com dados do Instituto Trata Brasil, somente 46% do esgoto produzido no país é tratado. Apenas 21 municípios entre as 100 maiores cidades do país tratam mais do que 80% do seu esgoto. Em 2017, o Brasil lançou aproximadamente 5.622 piscinas olímpicas de esgoto não tratado na natureza.

 

Como é feito o tratamento de esgoto?

O tratamento de esgoto no Brasil é de competência dos municípios e a operação deste serviço pode ser feito por empresas públicas ou privadas (através de regime de concessão, parceria público-privada, etc). Todo o esgoto produzido por residências, imóveis comerciais e, às vezes, indústrias (que podem necessitar de um cuidado especial) é coletado por tubulações que levam os dejetos até as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE). Uma vez nas ETEs, o esgoto passa por processos físico-químicos e/ou biológicos para que ele possa retornar ao meio ambiente (corpos d’água) sem poluir a natureza. São exemplos de etapas do processo de tratamento de esgoto: remoção de gordura, oxigenação, gradeamento, decantação, desinfecção, etc.

Cada uma das etapas do processo de tratamento de esgoto tem suas especificações determinadas pela legislação ambiental. Esta, por sua vez, também define os requisitos o esgoto tratado deve ter para que retorne à natureza de forma que não prejudique o ecossistema local.

 

Os desafios do tratamento de esgoto

 

O baixo volume de investimentos na coleta e tratamento de esgoto no Brasil é um dos principais entraves para que este serviço tão importante seja universalizado. Pois, ele exige uma estrutura robusta e permeia assuntos delicados que se relacionam com a área social e questões administrativas entre os entes federativos, por exemplo.

Pensar nos desafios do tratamento de esgoto também requer uma reflexão sobre a conscientização da população e das empresas. As pessoas não devem descartar lixo orgânico, óleo de cozinha, pedaços de fio dental e embalagens pelo ralo da pia. O descarte deste tipo de lixo sólido pode causar o rompimento de tubulações e até causar o retorno do esgoto para sua casa! Já as empresas também precisam adotar medidas para tratar seus rejeitos e não os despejar in natura nos corpos d’água ou sem o adequado tratamento.

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