Conceitualmente, intrusão de vapores é um processo de migração de determinados compostos químicos orgânicos voláteis que “saem” (particionam) de uma contaminação subsuperficial e migram para o interior de construções existentes na superfície.
Isto ocorre porque estas substâncias possuem alto poder de volatilização, ou seja, não necessitam de temperaturas elevadas para passarem de líquido a vapor, fato que ocorre intensamente em solos e águas subterrâneas contaminadas, em função de processos de partição e difusão, e apresentam amplo potencial de “caminhar” por meio do solo subsuperficial (a difusividade elevada dos vapores faz com que o contaminante nesta fase caminhe cerca de 4 vezes mais rápido do que na água subterrânea). Como não há previsão de caminhamento de vapores, ao contrário da água subterrânea, esta pode migrar em todas as direções e se infiltrar com facilidade em caminhos preferenciais, que promovam principalmente diferenciais de pressão, como canais condutores de tubulações e rachaduras e trincas em pisos, podendo atingir os ambientes internos e alterando a qualidade do ar do local.
Em se tratando de compostos orgânicos voláteis (VOCs), mesmo baixas concentrações no ar, na maioria das vezes imperceptíveis ao olfato humano, são capazes de causar efeitos adversos à saúde (desde efeitos tóxicos a órgãos vitais até variados tipos de câncer), assim como riscos ocupacionais (explosões, por exemplo). Assim, quando se verifica concentrações em solo, água, ou mesmo medições diretas no vapor que indiquem potencial de migração para o ambiente superficial, são necessárias ações de intervenção, que em grande parte das vezes incluem a necessidade de remediação ambiental.
A disposição inadequada de resíduos, vazamentos de tubulações, postos de combustíveis, tanques enterrados, e armazenamentos de produtos químicos são alguns dos cenários que resultam em fontes de contaminação do solo e da água subterrânea com elevada probabilidade de partição para o meio vapor e que se não avaliadas corretamente podem se transformar num sério problema de saúde para os trabalhadores e/ou moradores daquela região, uma vez que vapores são capazes de atingir dezenas de metros de distância da área onde a contaminação ocorreu. Com essa crescente preocupação, é notória a exigência dos órgãos reguladores e ambientas quanto a realização de amostragens de vapores em subsuperfície e até mesmo do ar ambiente, capazes de fornecer valores mais próximos e reais das concentrações a que um indivíduo em determinada área possa estar exposto.
Apesar de ser um assunto ainda abordado de forma incipiente em áreas contaminadas no Brasil e de não haver uma legislação nacional (ou estadual) específica, o tema denominado intrusão de vapores já possui diversos manuais e guias internacionais que orientam sobre os procedimentos de coleta e dados obtidos em campo, técnicas de amostragem e métodos analíticos. É importante o conhecimento da metodologia e dos processos envolvidos na intrusão de vapores, já que tendem a diminuir o grau de incertezas dos resultados, evitando assim que não se subestime ou superestime os risco associados a presença de vapores num determinado ambiente, permitindo a escolha de forma de intervenção ou remediação mais adequados técnica e economicamente. A AmbScience é uma empresa de meio ambiente que possui profissionais experientes na condução deste tipo de estudo e tem obtido resultados de sucesso no gerenciamento de casos envolvendo intrusão de vapores e seu monitoramento.
Como documento importante a ser consultado, o ITRC lançou em 2014 um guia de investigação e gerenciamento de Intrusão de Vapores, especifico para derivados de petróleo. Saiba mais em: http://www.itrcweb.org/PetroleumVI-Guidance/