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Remediação – Parte I

Remediação Ambiental de Áreas Contaminadas – Parte I

O Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, publicado pela Cetesb em 2001, traz informações sobre o gerenciamento e controle destas áreas no estado de São Paulo.

A partir da suspeita de contaminação em uma determinada área, seja ela de uso industrial, comercial ou residencial, é necessário seguir os passos preconizados pelo manual, que dividem-se em:

1) Identificação de Áreas Potencialmente Contaminadas
2) Cadastro de Áreas Contaminadas
3) Avaliação Preliminar, Investigação Confirmatória, Investigação Detalhada e Avaliação de Risco
4) Investigação para remediação
5) Projeto de remediação
6) Remediação
7) Monitoramento de encerramento e reabilitação da área.

Após serem cumpridas todas as etapas de investigação, o próximo passo é a definição da técnica de intervenção a ser aplicada. Para essa escolha, a área deverá ter sido caracterizada hidrogeologicamente e em relação a extensão e profundidade da contaminação, assim como quantificada a presença de contaminação no meio condutivo (água subterrânea, solo ou vapor) e qual a massa que se pretende reduzir com a ação de remediação para alcance da meta de remediação estabelecida. Tanto as informações do meio físico quanto a quantificação de massa nas zonas saturada e não saturada são essenciais para que se planeje a melhor estratégia a ser aplicada e para o sucesso do projeto a ser implantado.

As técnicas empregadas na recuperação das áreas contaminadas podem ser classificadas basicamente de 2 formas, de acordo com o local onde serão empregadas: “in situ” e “ex situ”, ou seja, no próprio local da contaminação ou externamente.

• Tratamento In Situ: o material contaminado é tratado no local, sem se recorrer à sua mobilização e remoção.
• Tratamento Ex Situ: envolve sempre a remoção, por escavação (solos) ou bombeamento das águas subterrâneas e respectivo transporte e tratamento.

Dependendo das características do local e do tipo e grau de contaminação, podem ser
selecionadas técnicas in situ, técnicas ex situ ou ambas as técnicas combinadas simultaneamente para a remediação. Independentemente do modo de implementação, as técnicas podem ser classificadas quanto ao método físico/químico de atuação, podendo ser dividas em 4 grandes grupos. Técnicas Físicas, Técnicas Químicas, Técnicas Físico-Químicas e Técnicas Biológicas. Todas estas visam à redução de massa, forma preconizada pela Cetesb para alcance das metas de remediação.

Nesse primeiro texto sobre remediação iremos abordar as técnicas físicas de remediação. As principais técnicas utilizadas neste tipo de tratamento são: Pump and Treat, SVE (Soil Vapor Extraction), Air Stripping, Air Sparging, MPE (Multi Phase Extraction, DPE (Dual Phase Extraction), Bioventing.

Pump and Treat: Impede o avanço da pluma de contaminação, evitando sua chegada a rios, nascentes e/ou receptores vizinhos. Consiste em executar poços ou trincheiras no caminho do fluxo e bombear a água subterrânea contaminada, direcionando-a para tratamento. A água pode ser descartada ou devolvida ao aquífero após tratamento.

SVE (Soil Vapor Extraction): É uma tecnologia de tratamento da zona não saturada, ou seja, antes do alcance da água subterrânea e mais perto da superfície. O resultado obtido pela extração de vapor do solo é a remoção de compostos orgânicos altamente voláteis (COV’s) e alguns semi-voláteis, que possuem como característica alta toxicidade, levando a doenças diversas. Dependendo da concentração dos contaminantes pode ser necessário proceder à limpeza do ar extraído recorrendo a filtros de carvão ativado. É assim um excelente processo para os casos onde os compostos voláteis são o principal poluente.

Air Stripping: O “stripping” consiste em um processo de tratamento pelo qual se força a passagem de ar nas águas subterrâneas afetadas pela presença dos contaminantes voláteis. O fluxo de ar permite que os contaminantes presentes na forma de vapor ou líquido no subsolo possam movimentar-se, passando ao estado de vapor. O método requer a instalação de um sistema de bombeamento de águas subterrâneas.

Air Sparging: Consiste na injeção de ar na zona saturada para transferir contaminantes orgânicos voláteis da fase aquosa à fase vapor. O ar, ao ser injetado no aquífero, permite aos compostos voláteis migrar para a zona não saturada (logo acima da água subterrânea) onde são posteriormente removidos por outras técnicas (como o SVE, por exemplo). Sistemas complementares, como a injeção de compostos específicos que aumentam a biodegradabilidade dos solos, poderão ser realizados em qualquer momento se for detectado que o sistema instalado não é eficaz para promover descontaminação completa.

MPE (Multi Phase Extraction): Utiliza sistema de extração a vácuo que capta as fases: líquida, vapor e dissolvida presentes no solo e água subterrânea. Esta técnica promove a extração simultânea dos combustíveis (gasolina, diesel e etc.), dos vapores orgânicos voláteis (VOC’s) presentes na zona não saturada do solo e da fase dissolvida nas águas subterrâneas. A extração multifásica promove um efeito secundário na área contaminada, uma vez que a extração a vácuo conduz e uma circulação de ar forçada na zona não saturada do solo, estimulando por sua vez a atividade bacteriana aeróbia.

Bioventing: Realiza injeção de ar e nutrientes no ambiente subsuperficial com vistas à aeração do solo e estímulo da atividade biológica dos microrganismos do próprio meio, promovendo a degradação aeróbia de contaminantes.

A AmbScience possui equipe com ampla expertise em projetos de remediação desde os mais simples até aos mais complexos contaminantes, com o objetivo de atingir as metas de remediação. Acreditamos que em 90% dos casos a solução plena de um impacto no solo e águas subterrâneas não se dá pela aplicação de apenas uma técnica de remediação, ou seja, via de regra para se atingir as metas de remediação são empregadas técnicas conjugadas ou para polimento. Consulte-nos para maiores informações.

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